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Unibet Rose Rockets está a transformar-se rapidamente numa das ProTeams mais competitivas do pelotão internacional. Após um período ativo no mercado de transferências, a formação neerlandesa apresenta um plantel de luxo para 2026, reforçando as suas ambições de obter um convite para a Volta a França, um cenário que, pela primeira vez, parece realisticamente ao seu alcance.
“O nosso projeto tem crescido ano após ano. É essencial que o orçamento cresça de acordo com as corridas em que competimos e com o valor que representamos”, afirmou o diretor desportivo
Bas Tietema em entrevista ao
Wielerflits. “É verdade que, no início, as pessoas diziam: ‘Bom projeto, mas até onde pode ir?’. O interesse que recebemos agora é uma confirmação de que chegámos a outro nível.”
Reforços de peso e ambição internacional
Com a chegada de Dylan Groenewegen, acompanhada pelo seu homem de confiança Elmar Reinders, a equipa fez o investimento mais sonante da sua ainda curta história. A eles juntam-se nomes de grande experiência e qualidade, como Wout Poels - proveniente da Astana - o dinamarquês Niklas Larsen, medalhado no Campeonato da Europa de contrarrelógio, o belga Jannis Peeters, vencedor de uma etapa na Volta à República Checa, e o francês Victor Lafay, oriundo da Decathlon AG2R La Mondiale Team.
O reforço do plantel inclui ainda Rory Townsend, campeão irlandês e vencedor da Cyclassics de Hamburgo, além de Mathys Kopecky, proveniente da Novo Nordisk, e do eslovaco Lukas Kubis, que permanece como um dos pilares da estrutura. Com este conjunto, a Unibet Rose Rockets deixa definitivamente de ser vista como uma equipa “vistosa, mas secundária” e passa a dispor de argumentos para lutar por vitórias em múltiplos terrenos.
Um passo financeiro decisivo
O salto desportivo vem acompanhado de um investimento económico significativo. “Essas conversas ainda não estão concluídas, mas podemos encontrar-nos numa posição diferente se o wildcard da Volta a França se tornar realidade ou se formos convidados para outras grandes provas”, adiantou Tietema.
A expansão da estrutura permitirá um calendário mais ambicioso, com programas duplos e presença reforçada em provas World Tour. “A profundidade do plantel será crucial, sobretudo se fizermos mais corridas em simultâneo. Mesmo a mais pequena dessas provas é importante para nós, tendo em conta os pontos UCI”, explicou. “Com Groenewegen, faremos escolhas claras, mas não podemos descurar as corridas onde ele não participará.”
Giovanni Carboni foi suspenso pela UCI quando corria pela Unibet esta época.
A sombra de um caso de doping
Apesar da onda de entusiasmo, a equipa também enfrentou um contratempo delicado. Giovanni Carboni, que integrou a formação este ano, foi suspenso por causa de um controlo antidoping positivo. O teste, no entanto, ocorreu antes de o italiano se juntar à Unibet, mas o caso deixou marcas na reputação da estrutura.
“É uma pena para todos. A WADA descobriu que isso aconteceu antes dele se juntar a nós, mas é inevitável que isso nos afecta”, lamentou Tietema. “Não é agradável claro, mas o importante é continuarmos a comunicar de forma transparente. É tudo o que podemos fazer.”
Com ambição renovada, uma estrutura reforçada e um dos sprinters mais experientes do pelotão, a Unibet Rose Rockets prepara-se para o maior desafio da sua jovem história. 2026 poderá ser o ano em que o projeto de Bas Tietema deixa definitivamente de ser visto como uma curiosidade e passa a ser reconhecido como uma força real no pelotão internacional.