"Se tivesse de escolher outra corrida para ganhar, seria obviamente o Tour" Primoz Roglic não desiste do sonho Volta a França

Ciclismo
segunda-feira, 10 novembro 2025 a 14:30
Primoz Roglic
A temporada de 2026 apresenta-se como um novo capítulo na carreira de Primoz Roglic, agora num contexto bem diferente. A Red Bull - BORA - Hansgrohe reforçou-se com Remco Evenepoel e Florian Lipowitz, duas estrelas emergentes que prometem alterar a hierarquia interna da equipa. Aos 36 anos, o esloveno encara a incerteza sobre o seu papel, mas mantém viva a ambição e a chama competitiva que o tornaram um dos grandes nomes do ciclismo moderno.

O Tour, o sonho eterno

Depois de vencer a Volta a Itália e quatro vezes a Volta a Espanha, Roglic continua a perseguir o único objetivo que falta no seu palmarés: a Volta a França. Em 2025, deu tudo nos Alpes e teve uma despedida memorável com uma grande exibição na chegada a Montmartre, em Paris. Apesar de saber que o pódio está cada vez mais distante, o esloveno não pensa em abdicar da luta.
"Seria uma ótima maneira de terminar, ou pelo menos de concluir um capítulo. Mas, por outro lado, se for capaz de correr no Tour, se estiver à altura, vou querer estar lá, porque é a maior corrida do mundo e é muito fixe fazer parte dela", disse Roglic ao L’Équipe, durante o Saitama Criterium, no Japão.
O esloveno não esconde o fascínio pela Grande Boucle, um evento que continua a inspirar a sua carreira.
"Adoro as multidões, o apoio, o objetivo que estabelecemos para competir contra os melhores ciclistas do mundo, onde podemos mostrar a nossa determinação e quem somos. É tudo uma experiência maravilhosa".
Para Roglic, há algo de quase poético no Tour:
"Toda a gente que se dedica ao ciclismo fá-lo porque viu a Volta a França, não a Catalunha. Se tivesse de escolher outra corrida para ganhar, seria obviamente o Tour, apesar de já ter chegado perto e isso já ser ótimo".

Um novo ciclo, a mesma ambição

Com a chegada de Evenepoel e o crescimento de Lipowitz, o papel de Roglic na Red Bull - BORA - Hansgrohe ainda é uma incógnita. A equipa entra numa nova fase, mais internacional e com múltiplas opções para as Grandes Voltas. No entanto, o esloveno mantém a mesma mentalidade de sempre: correr para vencer.
primozroglic
Roglic ao ataque no Tour deste ano. @Imago
Apesar de reconhecer o domínio atual de Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard, Roglic mantém o foco naquilo que ainda pode conquistar.
"Se olharmos para o panorama geral, cada dia que passa é um dia a menos nas nossas vidas. Podemos tentar abrandar o tempo, mas ele passa. Por isso, sim, tento desfrutar um pouco mais. Mas se olhar para trás, há alguns anos, quando estava a ganhar mais, isso também era uma boa sensação. Digamos que hoje é um prazer diferente".

A lucidez de um campeão

Roglic é realista. Sabe que o tempo não pára, e que o seu pico de forma já ficou para trás. Ainda assim, mantém uma ambição serena, a de continuar competitivo, colecionar vitórias e inspirar a nova geração dentro da equipa.
"Tenho de ser realista. Na época passada, não ganhei muito, por isso primeiro tenho de voltar a estar em posição de ganhar alguma coisa. Depois de o fazer, não será um problema escolher esta ou aquela corrida. Há muitas de janeiro a outubro e a equipa não vai dizer: ‘Não, não, vais ficar em casa’ quando eu sou capaz de ganhar".
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