Soudal - Quick-Step leva "oito" repleto de trepadores à Volta a Espanha, com Mikel Landa para especular e Lecerf para surpreender

Para finalizar a lista de partida, começando a habituar-se à ideia de não ter Remco Evenepoel, a Soudal - Quick-Step apresenta-se na Volta a Espanha com o voltista que lhe resta, Mikel Landa, ainda que o basco tenha dito que corre sem pressão na geral e dará preferências às etapas, onde também há outros homens para entregar vitórias à formação belga.

33 vitórias, 64 pódios, 133 top 10, 4º lugar no ranking UCI 2023-2025

Mikel Landa
Louis Vervaeke
Valentin Paret-Peintre
William Junior Lecerf
Pepjin Reinderink
Max Schachmann
Mauri Vansevenant
Gianmarco Garofoli

Tudo focado em Mikel Landa, apesar de o basco esteja a tentar voar abaixo do radar, estava a fazer uma bela temporada até cair e abandonar logo na 1ª etapa da Volta a Itália, onde era um dos favoritos ao pódio. Regressou na Volta a Burgos, esteve ao ataque e ficou em 18º na geral, um resultado modesto, mas que dá alguns sinais positivos para as 3 semanas da Vuelta. Landa é muito pragmático, se vir que não tem ritmo para os melhores da geral, vai poupar-se para ganhar uma etapa de alta montanha, vejamos qual será a sua estratégia.

Mas Landa não é o único trepador, aliás, esta equipa, praticamente só tem trepadores, outro dos mais destacados é Valentin Paret-Peintre, que a brincar a brincar, ganhou uma etapa no Giro de 2024 e outra no Tour deste ano, só lhe falta a Vuelta para completar a trilogia e com a forma que saiu de França, cuidado com o pequeno francês.

Penso que Lecerf é uma carta que vai ser mantida na manga na classificação geral, isto é, o belga vai ser uma espécie de plano B, chega muito motivado depois de ganhar a Volta à República Checa, é certo que não é uma prova de alto gabarito, mas noutras corridas já provou o seu valor em 2025: 8º na Volta à Romandia, 14º na Volta à Catalunha e 8º no UAE Tour. Em 2 destas provas, ficou evidente a debilidade nos contrarrelógios, nesta Vuelta não perderá muito tempo, até ganhará a alguns rivais, no CR coletivo, o problema será o CR individual, pelo que considero um top 10 final um objetivo difícil.

Schachmann, Garofoli, Vansevenant e Vervaeke completam o lote dos trepadores, todos mais adaptados à média montanha, o alemão será peça-chave no CR coletivo, destaco também o italiano, que já fez o Giro este ano e tentou salvar a honra da equipa, integrando várias fugas e conseguindo 2 top 10 em etapas de montanha, é um talento interessante, será curioso ver como se adapta a 2 grandes voltas no mesmo ano.

Reiderink é o típico ciclista "barrodeur", cada vez mais raros no pelotão, ciclistas que entram nas fugas em etapas planas e de média montanha e nesta Vuelta, com poucos sprinters, pode surpreender. Nos restantes dias, vai proteger os trepadores do caos do pelotão, a par de Vervaeke e Schachmann são os mais capacitados para essa missão.