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Grande Prémio Abimota decorreu no passado fim-de-semana, com João Medeiros a conquistar 2 etapas e Afonso Silva a vencer uma jornada e a
arrebatar a classificação geral final. Contudo, a polémica decorreu após o final da corrida, numa troca de galhardetes entre
João Matias, ciclista da
Tavfer-Mortágua-Ovos Matinados, e a organização da corrida.
Depois de subir ao pódio como vencedor das metas autarquias, João Matias deu uma entrevista, referindo que esta classificação era como "um prémio de compensação e de motivação" e que já "sentia falta de vir ao pódio, uma vez que as provas em Portugal têm sido muito duras para os sprinters".
João Matias já venceu 3 etapas na Volta a Portugal, em 2022 e 2023
O ciclista natural de Barcelos falou inclusive numa "redefinição do calendário de provas nacionais, uma vez que têm existido chegadas ao sprint, mas em grupos reduzidos, nós temos uma equipa muito talhada para o sprint e penso que também faz falta mais corridas ao sprint".
A resposta da organização não tardou, por parte do diretor de corrida, Vital Almeida: "Também tem que haver algumas provas duras, senão vamos todos passear para a Costa Nova de bicicleta".
Depois de alguma ponderação, como disse o próprio, Matias publicou um vídeo nas redes sociais com este conjunto de declarações, acrescentando um texto, onde reforça a sua posição.
"Em primeiro lugar sou de acordo que tem de haver provas duras e com quilometragem alta pois somos profissionais e faz parte haverem provas assim!"
Alertou ainda para questões de segurança: "Penso também que se deve saber estruturar melhor a dureza de algumas provas e seria benéfico para toda a gente, desde ciclistas, organizações, comissários, público e para os cidadãos em geral, e não acontecer como neste GP Abimota e em algumas outras provas do nosso calendário onde há grupos com muito tempo de diferença e levam a situações de falta de segurança com trânsito aberto entre grupos e carros, motas e tratores a virem em sentido contrário!"
"Na minha opinião, e como disse na entrevista, também deve haver uma restruturação no calendário de provas nacional e apelar a que haja mais diversidade de etapas como etapas mais planas e contra-relógios que cada vez parece ser uma espécie em vias de extinção!"
"As organizações de provas e entidades reguladoras do ciclismo devem ouvir os ciclistas e as equipas, como já vem havendo reuniões com algumas!"
"Para finalizar penso que o nosso pelotão profissional tem muita categoria e muita dedicação! Todos trabalhamos diariamente para ser melhores e os portugueses lá fora são representativos também da qualidade interna e penso que é de mau gosto sugerirem que iremos passear para a Costa Nova apesar da sua beleza!"
E você? Qual a sua opinião? Deverão existir mais provas para sprinters e contrarrelógios em Portugal?