Eli Iserbyt enfrenta novo impasse médico: "Ele tem de decidir até onde quer ir com o seu corpo"

Ciclocrosse
terça-feira, 04 novembro 2025 a 17:00
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A luta de Eli Iserbyt contra os recorrentes problemas na artéria ilíaca tomou um rumo preocupante e um ciclista que viveu o mesmo pesadelo acredita que o ciclista belga pode estar prestes a ter de tomar a decisão mais difícil da sua carreira.
Viktor Verschaeve, que foi forçado a retirar-se precocemente do ciclismo após a sua batalha contra o mesmo problema, reconhece-se no que Iserbyt está agora a viver. “Quando leio os artigos sobre o Eli, é quase exatamente a minha história. Ele está a passar pelas mesmas fases que eu passei”, afirmou ao Nieuwsblad.
O ciclista da Pauwels Sauzen - Altez Industriebouw Cycling Team já foi submetido a três cirurgias para aliviar a restrição do fluxo sanguíneo na artéria ilíaca, mas os recentes problemas constatados durante os treinos indicam que a limitação pode ter regressado. “Tudo o que leio é muito semelhante ao que vivi. Nesta altura, acho que não há solução”, admitiu Verschaeve.

“Ele terá de decidir até onde quer ir com o seu corpo”

A carreira de Verschaeve terminou apesar das múltiplas intervenções cirurgicas e consultas com médicos especializados. Para ele, Iserbyt, de apenas 28 anos, terá agora de ponderar com cuidado o impacto a longo prazo de cada decisão. “O Eli terá de decidir até onde quer ir com o seu corpo. Outra operação, ou fica-se por aqui?”, questionou.
O antigo ciclista alerta ainda para os riscos de uma decisão precipitada. “Eu diria para que não se apresse. Sem o apoio certo, pode acabar por aceitar fazer uma cirurgia demasiado depressa.”
Verschaeve recorda que até as equipas médicas mais experientes mostram relutância em repetir este tipo de procedimentos, dada a sua complexidade. “Quando precisei de uma segunda operação, avisaram-me: ‘Acabámos de receber um jovem para uma segunda cirurgia. Ele sangrou quase até à morte’.”

“O ciclismo pode ser uma gaiola dourada”

Com o tempo, Verschaeve aprendeu a lidar com o afastamento do ciclismo, reencontrando equilíbrio e bem estar fora da competição, algo que espera que Iserbyt também possa alcançar, caso não haja solução médica definitiva.
“O Eli é jovem, tem 28 anos. Quando se é ciclista, quer-se continuar a sê-lo. Mas o desporto também pode ser uma gaiola dourada”, confessou. “Agora posso viver normalmente e talvez seja mais feliz do que alguma vez fui como ciclista.”
Iserbyt deverá consultar um novo especialista ainda esta semana. Para os adeptos belgas de ciclocrosse e para o próprio corredor, este poderá ser um momento decisivo, tanto para a sua saúde como para o futuro da sua carreira.
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