Antonio Tiberi encarou um 2025 muito mais complicado do que previa. O italiano, líder da Bahrain-Victorious, viu a época azedar com uma queda dura na etapa da Volta a Itália que terminou em Nova Gorica. Porém, após várias tentativas no Giro e na Vuelta, em 2026 estrear-se-á na
Volta a França.
Esse dia no Giro custou-lhe um resultado na geral e condicionou todo o ano: dores persistentes e uma recuperação que nunca ficou concluída. Agora, de cabeça fria e focado em 2026, Tiberi trabalha com a convicção de que poderá regressar ao seu melhor nível e discutir as grandes provas do calendário. Numa
entrevista ao Tuttobiciweb fala sobre a sua época, a relação com Damiano Caruso e os objetivos traçados para o próximo ano.
Balanço da época
Tiberi faz uma leitura franca de um ano que parecia promissor, mas descarrilou por azar: “Foi um 2025 bastante positivo, mas faltou-me sempre qualquer coisa. Seguramente comecei bem, houve o pódio no Tirreno, mas na Volta aos Alpes fui obrigado a desistir. Também no Giro estava em excelente posição, mas a queda na décima quarta etapa praticamente tirou-me da luta”. Nessa altura era terceiro da geral, mas acabou por cair para 17º.
“Nos dias seguintes tentei resistir, mas o corpo não respondeu bem, tive dores muito fortes e precisava mesmo de recuperar. Estou muito satisfeito com a Volta à Polónia, que terminei em segundo, mas depois apanhei gripe e no resto da temporada já não voltei a estar em forma. É pena, mas faz parte do jogo”. A Vuelta também ficou comprometida, sem que o italiano voltasse ao seu nível.
Antonio Tiberi aponta a dar luta na Volta a França em 2026
Relação com Damiano Caruso
O italiano explica ainda o papel decisivo de Damiano Caruso na sua evolução como ciclista: “Estou muito feliz por o
Damiano ficar connosco mais um ano; quando nos disse que queria retirar-me, fui dos que o incentivou a assinar para 2026. Para mim é uma grande referência; partilhando boa parte do calendário tornámo-nos muito bons amigos e devo dizer que me sinto realmente bem com ele”.
O veterano especialista de grandes voltas tem sido um tutor valioso e o braço-direito de Tiberi, e ninguém desejava uma separação, ainda para mais com Caruso a render ao nível que se viu, fechando o Top 5 no Giro deste ano. “Para mim é uma figura muito importante na equipa e, como tem experiência, tento aprender o máximo possível com ele”, admite Tiberi.
“Ensinou-me muitas coisas e ajudou-me a mudar a forma de correr, a ler melhor a prova; o Damiano sabe movimentar-se muito bem durante a corrida, está sempre no sítio certo à hora certa e por isso sigo-o sempre sem pensar demasiado, confio nele de olhos fechados e sei que ainda me pode ensinar muito”.
Objetivos e preparação para 2026
Com os olhos no futuro, Tiberi é claro sobre o que quer trabalhar para regressar mais forte: “Há muitas coisas em que quero atuar; por exemplo, gostaria de melhorar a resistência, as mudanças de ritmo, a forma como reajo aos ataques. Exijo sempre muito de mim e acho que há sempre algo a melhorar”.
E no calendário, já há uma ideia clara para 2026: “Para o próximo ano gostaria de continuar a fazer as provas curtas por etapas, sinto-me muito bem nelas e são fundamentais se quero apontar a uma grande volta. O Giro tem um lugar especial no meu coração, mas acho que chegou a hora de tentar enfrentar o meu primeiro Tour.”