ANÁLISE: As 5 provas que Tadej Pogacar tem de vencer em 2026 para conseguir a melhor temporada da carreira

Em 2024, Tadej Pogacar assinou aquele que para muitos foi o melhor ano individual da história do ciclismo. Por isso, quando em 2025 superou esses registos, o estatuto do líder da UAE Team Emirates - XRG como corredor quase invencível tornou-se ainda mais pesado. Se o melhorar em 2026, o que terá de ganhar?

Pensando bem, parece quase impossível para Pogacar, ou qualquer outro ciclista, ultrapassar o que conquistou em 2025: Volta a França, Campeonato do Mundo, Campeonato da Europa, Critérium du Dauphiné, Volta à Flandres, Il Lombardia, Liège-Bastogne-Liège, Strade Bianche e muitas outras vitórias, além do 2º lugar na estreia no Paris-Roubaix e do 3º na Milan-Sanremo.

Mas, como Tadej Pogacar sabe que pode vencer esses dois últimos monumentos, continua a ser possível que os registos desta campanha agora concluída sejam superados pelo esloveno da UAE. Para tal, terá de repetir a maioria dos triunfos referidos, já que é expectável que corra todas essas corridas novamente. Porém, há 5 corridas que se destacam acima das restantes.

Para se falar do “melhor ano de sempre” no final de 2026, Tadej Pogacar terá de vencer novamente a Volta a França. Porque já o fez quatro vezes, mas também porque é a corrida mais importante de todas, e significaria o seu quinto título na Grande Boucle. Igualaria o recorde absoluto atualmente detido por Eddy Merckx, Miguel Induráin, Jacques Anquetil e Bernard Hinault.

Sanremo é talvez, a par da Volta a França, a corrida mais importante para Pogacar. Nos últimos anos testou diferentes táticas para tentar ganhar o antigo “monumento dos sprinters”. Hoje está longe disso, e as capacidades do camisola arco-íris a subir fazem dela também uma prova para trepadores e especialistas de clássicas.

Não só por causa dele, mas por uma UAE incrivelmente forte, que todos os anos afina melhor o bloco para a corrida e, em 2025, detonou a prova na primeira metade da Cipressa. Só Mathieu van der Poel conseguiu seguir e negou-lhe mais um solo mítico em Sanremo. Conseguirá repetir o guião na próxima primavera? Especialmente se a UAE levar Isaac del Toro e o conseguir utilizar no momento-chave…

Se Tadej Pogacar conseguir bater Mathieu van der Poel no “Inferno do Norte” na primavera, somará o quarto monumento diferente ao seu palmarés. Talvez o mais difícil de todos para ele vencer, embora tenha mostrado zero problemas na estreia, tornando a experiência quase irrelevante. Mas terá de chegar para continuar a elevar a fasquia. O desafio será brutal. Desde 2023 não houve outro vencedor além de Van der Poel, e vencer o neerlandês na sua corrida talismã está reservado a muito poucos.

Outra corrida que terá de vencer será o Campeonato do Mundo de Montreal. De novo, porque já o fez duas vezes e precisa de repetir para ter hipótese de melhorar o ano. O percurso será virtualmente o mesmo da corrida do World Tour disputada todos os anos na cidade canadiana, que Pogacar tanto aprecia. Aliás, arrasou na edição de 2024 e poderia ter vencido em 2025, mas decidiu oferecer o triunfo ao seu colega da UAE, Brandon McNulty.

Se Tadej Pogacar vencer todas as corridas desta lista, pode permitir-se “falhar” noutro monumento, como a Liège-Bastogne-Liège. Mas na Il Lombardia há um recorde para bater.

Depois de vencer as últimas 5 edições consecutivas, o esloveno igualou Fausto Coppi como o ciclista com mais triunfos na “Clássica das Folhas Mortas”. Um sexto título seguido deixá-lo-ia isolado no topo e estabeleceria um marco muito difícil de voltar a superar.