Pouco a pouco, os gigantes do WorldTour começam a fechar os planos para 2026. Nada foi ainda oficializado, mas tudo o que sai da UAE Team Emirates - XRG aponta para uma dupla estelar com
Tadej Pogacar e
Isaac del Toro na próxima
Volta a França. E
Jonas Vingegaard tem bons motivos para estar atento.
Dentro da UAE, é impossível ignorar que Del Toro foi um dos melhores corredores do mundo em 2025.
Na verdade, graças aos seus dois títulos nacionais, o mexicano iniciará a próxima época no topo do Ranking UCI. Mas o verdadeiro fator diferenciador de Isaac del Toro é o quão completo já é. A montanha é a sua maior força, mas é também um excelente elemento de equipa. Sempre que lhe pediram para trabalhar como gregário, apesar de ter nível para vencer por conta própria, comprometeu-se totalmente. Isso ficou evidente na Volta a Itália deste ano, onde partiu em apoio a Ayuso e ainda assim terminou em segundo da geral.
Um corredor do calibre de Del Toro simplesmente não pode continuar a evitar a Volta a França. Falhar a edição desta época fez sentido, já que acelerar em demasia um ciclista muito jovem seria um risco. A decisão foi recompensada: de julho a outubro, em apenas quatro meses, somou 14 vitórias.
A ascensão de Isaac del Toro em 2025 foi coroada por uma vitória de etapa na Volta a Itália, envergando a Maglia Rosa
Mas o Tour é o palco dos melhores do mundo e, mesmo que não seja o líder, Isaac del Toro já não pode saltar a Grande Boucle em 2026. Para Pogacar, a sua inclusão seria a melhor notícia possível, porque o mexicano seria um dos seus apoios mais fortes na estrada, a par de João Almeida. E com o percurso oficial a confirmar uma edição muito montanhosa, cada grama de ajuda na subida vai contar.
E vão precisar dela, porque tudo indica que a Team Visma | Lease a Bike voltará a construir uma equipa inteiramente em torno de Vingegaard, sem objetivos secundários. Os movimentos no mercado sublinham essa estratégia: garantiram Davide Piganzoli, um dos mais promissores trepadores do pelotão, que deixa a estrutura Polti de Alberto Contador em busca de uma trajetória de desenvolvimento semelhante à de Del Toro.
Um golpe psicológico para Vingegaard
Porque deve Vingegaard preocupar-se especialmente com a potencial presença de Del Toro? Mesmo que alinhe como gregário, o bicampeão nacional do México é apontado como futuro vencedor múltiplo de Grandes Voltas. E não num horizonte distante, já tem nível para começar a ganhar agora.
Um 1–2 Pogacar–Del Toro na classificação geral da Volta a França 2026 está longe de ser impensável. E um desfecho desses poderia abalar seriamente Vingegaard e a Visma.
No limite, para lá da probabilidade de Pogacar alcançar um quinto título no Tour, a verdadeira preocupação para a Visma e Vingegaard é a possibilidade de Isaac del Toro evoluir para um trepador ainda melhor do que o dinamarquês. Se isso acontecer, o domínio da UAE nas Grandes Voltas nas próximas temporadas poderá tornar-se muito difícil de quebrar.