"Com a equipa que estamos a preparar para as clássicas, devemos claramente conseguir esse objetivo" Lidl-Trek quer derrotar MVDP, Pogacar e Remco nos Monumentos em 2026

Tadej Pogacar e Mathieu van der Poel mandam nas clássicas da primavera com domínio absoluto, e assim tem sido há anos. Ainda assim, a Team Visma | Lease a Bike e a Lidl-Trek podem realisticamente apontar a grandes vitórias, com blocos muito fortes. Esta última, além de Mads Pedersen, está a fazer crescer uma geração de especialistas incrivelmente poderosa que pode dar luta nos próximos anos.

“Desde Jasper Stuyven na Milan-Sanremo 2021 que não subimos ao degrau mais alto de um Monumento. Já lá vão quase cinco anos”, disse o diretor desportivo da Lidl-Trek, Steven de Jongh, em declarações à Sporza. “Sabemos, claro, que temos pela frente concorrentes muito fortes como Van der Poel, Pogacar e Evenepoel. Mas com a equipa que estamos a preparar para as clássicas, devemos claramente conseguir esse objetivo”.

A equipa perdeu este inverno Jasper Stuyven para a Soudal - Quick-Step, que mostrou a sua melhor forma na Volta à Flandres deste ano, além de Daan Hoole e Alex Kirsch. Mas entram um conjunto de corredores de enorme talento e potencial. Ainda assim, o bloco já tem líderes definidos e muito fortes, incluindo Jonathan Milan, capaz de discutir a vitória em algumas das clássicas de empedrado menos exigentes.

“As três clássicas que melhor lhe assentam. O grande sonho do Johnny é vencer o Paris-Roubaix. Mas primeiro tem de aprender a andar no empedrado. O Mads também tinha o Paris-Roubaix no horizonte nos primeiros anos de carreira. Mas nunca venceu porque estava sempre a destruir o material”, partilha de Jongh. “Nos últimos anos, o Mads esteve perto. Quanto mais o Johnny correr Paris-Roubaix, melhor vai andar no empedrado”.

O verdadeiro potencial da equipa reside na profundidade que já pode apresentar nesta primavera e, sobretudo, nos próximos anos. Pedersen e Milan contam com Max Walscheid, que pode ser peça-chave nas corridas planas como o Paris-Roubaix; enquanto Mathias Vacek, Jakob Söderqvist e Albert Philipsen podem ser grandes vencedores nos próximos tempos.

“O Vacek será um gémeo siamês do Mads Pedersen [em 2026]. Farão um calendário semelhante, com a diferença de que o Vacek também fará a Omloop. O Vacek pode aprender muito com o Mads. Vai continuar a evoluir bem nos próximos anos. Quando o Pedersen se reformar, o Vacek estará certamente pronto para assumir o seu papel”. Vacek, 23 anos, é o mais estabelecido e mais talhado para provas com pequenas subidas. A sua competência no contrarrelógio torna-o perigosíssimo se se isolar na frente em algum momento.

Depois há o Campeão do Mundo sub-23 de contrarrelógio, Jakob Söderqvist, já com várias vitórias entre os profissionais apesar de só ter assinado com a equipa de elite este inverno, e que, apesar do talento contra o cronómetro, quer tornar-se especialista de clássicas, como disse ao CiclismoAtual no media day da equipa.

“O Söderqvist estará sempre no bloco das clássicas esta época. No ano passado, o Söderqvist já nos impressionou em vários momentos. Por exemplo, esteve incrivelmente forte no contrarrelógio coletivo na Volta à Comunidade Valenciana. E, claro, houve também o seu título mundial sub-23 de contrarrelógio. Mostra coisas muito boas a subir, é um fenómeno no ‘crono’ e já fez excelentes lançamentos”.

O sueco foi ainda segundo no Paris-Roubaix sub-23 este ano. E quem venceu? Nada menos do que o colega Albert Philipsen, especialista de fora de estrada e um talento igualmente impressionante. “O Albert mostrou muita vontade de explorar as clássicas flamengas este ano. É ainda muito jovem, claro, mas espero que apareça nessas corridas de empedrado. O Philipsen vai sobretudo explorar as clássicas na sombra de Pedersen, Milan e Vacek. Será principalmente em funções de apoio”.

Além dos gregários experientes, a equipa tem ainda outra possível carta na manga em Tim Torn Teutenberg, que terá liberdade em algumas clássicas de empedrado menores e nos sprints, sendo também um projeto em desenvolvimento: “O Tim é ainda muito jovem. No ano passado somou um número tremendo de lugares de topo. Muitas vezes ficou perto da vitória. Esperamos que agora possa lutar pelo triunfo nessas corridas”.