Debate sobre a 3ª etapa da Volta a Polónia: foi correta a neutralização? "roubaram" a vitória ao trio de fugitivos?

Ciclismo
quarta-feira, 06 agosto 2025 a 23:00
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Miguel Marques (CiclismoAtual)

Uma injustiça cometida pela organização da Volta à Polónia, não questiono a decisão de neutralizar a corrida por falta de ambulâncias, mas o trio de fugitivos não tinha 40 segundos de vantagem, tinham mais de 1 minuto e porque não neutralizar logo depois da subida? É que retomar uma corrida a subir é uma tarefa tenebrosa, perdeu-se um final de etapa animado e pior que tudo, no momento na neutralização o pelotão estava muito mais reduzido, vários ciclistas beneficiaram desta situação para regressar ao grupo.
No final, Ulissi, Milesi e O'Brien deram muita luta e foram apanhados a 1300 metros da meta, graças a um ataque de Jan Christen (que não percebi bem porque os tempos da geral tinham sido neutralizados), porque tenho a convicção que, a ritmo, a vitória estava no trio da frente. De qualquer modo, parabenizar Ben Turner, que acabou por ganhar a etapa, com um lançamento de mestre do velhinho Kwiatkowski. A Volta à Polónia continua muito renhida, mas, mais uma vez, a organização meteu os pés pelas mãos

Rúben Silva (CyclingUpToDate)

Não tenho uma opinião formada sobre o assunto, uma vez que a decisão cabe sempre aos organizadores, que são quem melhor sabe. É realmente bizarro que apenas cerca de 20 minutos após a queda tenham sido divulgadas imagens, embora devesse estar uma mota na parte de trás do pelotão e não tenhamos conseguido vê-la.
É uma pena para a corrida e para todos os envolvidos, mas acredito que a grande quantidade de ciclistas feridos levou a que não houvesse ambulâncias suficientes a seguir o pelotão. Mathias Vacek abandonou a corrida, o que tem enormes implicações na classificação geral e, claro, o envolvimento de Paul Lapeira significa que a sua corrida na classificação geral pode ter terminado, apesar de ter mantido a liderança da corrida.
Controversa é a vitória de Ben Turner, não por motivos pessoais, obviamente, mas pelo facto de ter sido descarregado pelo pelotão e depois ter voltado a juntar-se a ele enquanto a corrida estava neutralizada. Não havia um controlo de quem estava ou não no pelotão e, por isso, os ciclistas que tinham ficado para trás voltaram a correr na frente, o que não pode acontecer se a etapa ainda estiver em jogo.

Félix Serna (CyclingUpToDate)

Após a queda, foi difícil saber exatamente o que estava a acontecer. Após a primeira repetição, mal conseguimos perceber quais eram os ciclistas envolvidos no acidente. Depois disso, a corrida continuou, mas não recebíamos qualquer informação atualizada sobre a situação e era impossível perceber o que se passava. A transmissão foi muito má, pois tivemos de esperar até ao final da etapa para começar a receber mais informações.
Mas a transmissão foi provavelmente o menor dos problemas. A decisão de neutralizar a etapa foi correta, mas nunca deveria ter acontecido numa corrida da UCI. Nunca tinha visto uma corrida ser interrompida por causa de uma queda que afetou quatro ciclistas. Aparentemente, o problema foi a falta de ambulâncias (não pode haver corrida se não houver ambulâncias suficientes). A questão que se coloca é: porque é que não havia uma ambulância disponível? Imaginem se todas as corridas tivessem de ser neutralizadas sempre que houvesse uma queda.
Mas os problemas não acabam aqui. Após mais de 15 minutos, a corrida foi retomada, mas adivinhem: a fuga não recebeu o tempo correto que tinha sobre o pelotão antes da paragem da corrida.
Três ciclistas (Kelland O'Brien, Diego Ulissi e Lorenzo Milesi) estavam na frente, com uma vantagem de mais de 40 segundos sobre o pelotão, mas a corrida recomeçou e não lhes foi concedida essa vantagem de 40 segundos, mas sim menos.
Além disso, logo após a queda, o pelotão estava muito reduzido (cerca de 30 ciclistas). Mas quando a etapa recomeçou, o pelotão estava quase completamente intacto! Ciclistas como Matthew Brennan, que tinham perdido o contacto e já não contavam para a etapa, conseguiram juntar-se ao grupo e lutar por uma etapa que tinham essencialmente perdido. Em suma, foi uma etapa caótica e mal gerida que deve ser objeto de uma reflexão séria. Na minha opinião, a Volta à Polónia não deveria continuar a ter o estatuto de WorldTour.
Quanto ao sprint final, foi uma vitória incontestada de Ben Turner. Fiquei surpreendido por não ver Matthew Brennan em posição de vencer. Talvez se tenha sentido culpado e pensado que a melhor decisão era não lutar pela vitória.
E você? Qual é a sua opinião sobre o que aconteceu hoje? Deixe um comentário e junte-se à discussão!
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