"Há, sem dúvida, alívio" - Diretor-geral da Alpecin comenta a entrada da Premier Tech como co-patrocinador

O diretor-geral da Alpecin-Deceuninck, Philip Roodhooft, admitiu que o anúncio da empresa canadiana Premier Tech como novo co-patrocinador, num acordo válido por três anos, trouxe um sentimento de alívio após uma pré-época particularmente turbulenta, marcada pelo colapso da Arkéa–B&B Hotels e pela fusão entre as equipas belgas Lotto e Intermarché-Wanty.

“Há, definitivamente, um sentimento de alívio”, afirmou ao Wielerflits, descrevendo o processo árduo de encontrar um novo parceiro para a estrutura neerlandesa. “Nos últimos meses, praticamente no último ano, tivemos muitas conversas, incluindo algumas bastante interessantes”, revelou, num momento em que o contrato com o atual patrocinador Deceuninck termina no final da temporada.

Roodhooft explicou ainda que a equipa chegou a explorar soluções temporárias: “A certa altura, algumas conversas começaram a ser feitas já com vista a 2027, e estávamos a analisar uma solução intermédia para 2026 com a Deceuninck e a Canyon”, disse. “Toda a gente sabe que não é fácil, e não apenas para nós. É a realidade para várias equipas”.

Embora reconheça as dificuldades do modelo de financiamento baseado em patrocínio, o gestor prefere não dramatizar: “No passado também nunca foi realmente fácil. As pessoas tendem a esquecer que, nos últimos anos, empresas como a Tudor entraram no ciclismo, que a Decathlon está agora no WorldTour, que a Lidl está a dar passos importantes. Não acho que tudo esteja a correr mal no geral. O modelo é que nem sempre é muito simples. Nunca foi, e continua a não ser”.

Questionado sobre a necessidade crescente de investimento para acompanhar as maiores equipas do pelotão, Roodhooft não escondeu a importância do novo apoio: “Isso é verdade, e as pessoas podem ter as suas opiniões, mas também é um modelo”, afirmou. A Premier Tech, além de ter uma longa ligação ao ciclismo, irá igualmente patrocinar a formação continental St Michel–Preference Home–Auber 93 em 2026, reforçando o seu compromisso com a modalidade.

“Vamos dar um pequeno passo em frente em termos de orçamento já no próximo ano”, adiantou o responsável da Alpecin. “Mais importante ainda, nos próximos anos existe uma tendência de crescimento integrada no contrato, e isso é crucial para continuarmos competitivos”.

Apesar da segurança trazida por este acordo, que inclui opção de renovação por mais três anos, a equipa de Roodhooft continua diante de um desafio enorme: competir num ciclismo onde várias estruturas são financiadas por Estados ou por alguns dos indivíduos mais ricos do planeta.