"Quero ganhar um monumento" Neilson Powless assina novo contrato com a EF Education-EasyPost até 2029

Ciclismo
quarta-feira, 24 dezembro 2025 a 14:00
Dwars door Vlaanderen: Neilson Powless surpreende Wout van Aert e Tiesj Benoot no pódio
O norte-americano Neilson Powless, de 29 anos, renovou com a EF Education-EasyPost até 2029. A decisão não surpreende: a ligação tem sido perfeita e a equipa assegura, a longo prazo, um dos seus líderes e corredores mais vencedores.
“Todos sabemos que a ética de trabalho do Neilson é praticamente incomparável. Vai treinar o máximo que conseguir, até ao dia em que já não puder competir de bicicleta”, afirmou Jonathan Vaughters em comunicado. “Isso faz parte da sua natureza. Não tenho dúvidas de que o seu rendimento continuará a ser excelente”.
Powless tornou-se profissional em 2016, representou a Team Visma | Lease a Bike entre 2018 e 2019 e integra desde 2020 a estrutura norte-americana. Aqui descobriu o seu verdadeiro potencial e somou os melhores resultados da carreira, com triunfos como a Clásica San Sebastián, Gran Piemonte, Estrela de Bessèges, GP La Marseillaise, entre outros.
“Devagarinho, está também a aprender a arte da corrida”. Vaughters recorda que “o Neilson era um touro numa loja de porcelanas, usava a força para resolver problemas. Agora está a aprender a ser corredor. A leitura tática e a capacidade de interpretar a corrida melhoraram bastante. Isso vai ajudá-lo no longo prazo. Vai conseguir vencer mais, porque hoje sabe ser um ciclista mais completo do que antes”.
A evolução ficou evidente na primavera, na Dwars door Vlaanderen, onde foi o único a responder a um ataque coletivo da sua antiga equipa, a Visma, com Tiesj Benoot, Matteo Jorgenson e Wout van Aert. O bloco trabalhou para um sprint de Van Aert, mas Powless levou a melhor e venceu, assinando um triunfo marcante em qualquer palmarés. Em 2024, foi ainda quarto na Eschborn-Frankfurt, venceu o GP Gippingen, foi sexto na Clásica San Sebastián e quarto no GP de Montréal, dominado pela UAE.
Neilson Powless
O maior momento da carreira de Powless chegou esta primavera na Dwars door Vlaanderen. @Sirotti

O ‘novo’ especialista das clássicas

“Acho que nunca teria percebido que podia ser corredor de clássicas até entrar nesta equipa”, admitiu Powless. “A equipa é famosa por táticas fora da caixa. Deixar-me ir às clássicas, ou a forma como o Ben correu para a camisola amarela no Tour, ou simplesmente a nossa abordagem à Volta a França todos os anos, mostram isso. É uma equipa muito divertida de representar. As nossas táticas são sempre entusiasmantes e há muitas oportunidades para muitos ciclistas. Isso ajudou-me a progredir. Encontrei aqui o meu nicho. Ser oportunista em corridas duríssimas compensou. É assim que aprendi a correr e como quero continuar. Esta equipa é o ambiente perfeito para isso”.
Powless não sente necessidade de mudar de ares e continua a evoluir, numa geração em que muitos atingem o auge no início ou meio dos 20. Nas provas de um dia deu, este ano, um claro salto em consistência. “As clássicas representam o ciclismo no seu estado mais puro. Dá-se tudo num único dia. O corpo tem de ser fortíssimo para aguentar a distância. E há centenas de maneiras de tentar ganhar. Obviamente, ser o mais forte dá-lhe a melhor hipótese. Mas a tática nas clássicas intriga-me e entusiasma-me. É como uma partida de xadrez durante cinco ou seis horas”.
“Está-se constantemente a percorrer mentalmente diferentes formas de fracionar a corrida e fazê-la desenrolar-se a seu favor, seja colocando a equipa na frente numa zona específica para pressionar quando os outros não esperam, seja entrando numa fuga mais cedo do que o previsto para apanhar os favoritos desprevenidos. Para quem entende verdadeiramente o ciclismo, penso que a tática nas clássicas é a mais emocionante”.
A EF Education-EasyPost não realizou um media day, pelo que o calendário e os objetivos dos seus corredores para 2026 não são totalmente conhecidos, nem é certo quando será divulgado o plano de Powless. O que é seguro é a presença nas clássicas do pavê. “Transformei-me num corredor oportunista de um dia, capaz de competir em quase todo o tipo de terreno - empedrado, montanha, plano, circuitos ou pontos-a-ponto muito longos como Sanremo. Tornei-me um ciclista realmente completo nesta equipa”.
“A forma como vamos às corridas e procuramos resultados trouxe isso ao de cima em mim. Estou muito feliz e orgulhoso do ciclista em que me tornei. Nunca pensei, em mil anos, que tentaria ganhar uma clássica de empedrado, mas aconteceu este ano”, recorda.
“Agora estou com muita vontade de confirmar e construir uma primavera em torno dos Monumentos. Ainda não venci um Monumento. E esse é um objetivo claro. Mas o facto de conseguir estar na discussão em todos os Monumentos que corri mostra a completude e a versatilidade do atleta em que me tornei. Torna o ciclismo superdivertido, porque posso ir a qualquer corrida e entrar na ação”.
Para lá dos colegas, sente o ambiente como uma segunda casa, com staff de quem gosta cada vez mais. “O staff faz sempre tudo para tirar o máximo de cada peça de equipamento e ajustar cada minuto do dia para nos ajudar a recuperar e a render. Nós sentimos isso […] Eles vivem a alegria tanto quanto o corredor que corta a meta em primeiro. Já cruzei a linha e vi membros do staff em lágrimas, de tão felizes, e isso é um sentimento especial que se partilha em conjunto”, concluiu.
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