O debate sobre a queda que marcou os momentos finais de uma das etapas da
Volta a França 2025 continua a gerar ondas, e enquanto muitos no pelotão, incluindo
Adrie van der Poel, descreveram a situação como um simples incidente de corrida, Roxane Knetemann vê as coisas de forma bem diferente. Para a antiga ciclista e comentadora neerlandesa, há um claro culpado:
Bryan Coquard.
Durante a sua participação no podcast In Het Wiel, Knetemann analisou os últimos quilómetros da etapa e foi crítica tanto com o traçado como com a postura dos ciclistas. "Os últimos quilómetros... Foi uma espécie de funil", comentou. "Era também um pelotão muito nervoso, porque todos os homens rápidos queriam vingar-se. Estávamos numa espécie de pelotão tipo máquina de lavar roupa, que também estava muito nervoso. Achei óptima a forma como o Merlier voltou a sair da situação".
Mas as críticas mais fortes surgiram quando o nome de Coquard foi mencionado. A neerlandesa apontou também o dedo à organização, por não ter desenhado um final mais seguro. "O que foi complicado foi aquela curva suave. Na verdade, quer-se que seja a direito durante mais tempo. A estrada é um pouco como uma serpentina. Mas aquela chicane que não se vê é de matar. Podiam ter posto isso mais à frente, de certeza. Ou mais cedo", sugeriu.
Já Marijn Abbenhuijs, jornalista que também participava no episódio, não mediu palavras. "Que ciclista tão mau. Um homenzinho muito irritante. Nunca mantém a sua linha e engana-se a si próprio em tudo. Espero que seja severamente castigado por isto", atirou.
Knetemann não discordou e foi ainda mais longe. "Quando olho para o Coquard, tenho a ideia de que vejo um principiante, ou mesmo um ciclista de categoria seis, a conduzir uma bicicleta demasiado grande e com guiadores demasiado largos. Que também está sempre a balançar, que ainda não tem a estabilidade necessária para andar em linha reta. É realmente de chorar quando se olha para aquele tipo".
Reconhecendo que o gesto que levou ao incidente poderá ter sido instintivo, Knetemann não o isenta de responsabilidade. "O que o Coq faz é, naturalmente, um reflexo, porque quer fechar o espaço antes de o Rex passar. Mas é claro que ele tem estado na roda do Milan da esquerda para a direita o tempo todo, é muito irritante"-
A neerlandesa aponta ainda que o estilo errático do francês da
Cofidis representa um risco para os colegas de profissão. "Mas tudo o que ele faz antes disso, ele pode evitar. Se ele não fizer isso, não precisa de fazer esse reflexo. É um ciclista que se quer posicionar bem a todo o custo. A partir dessa capacidade, pode fazer sprints. É por isso que tem de fazer aquelas manobras que são uma merda. Ele não devia estar ali".
Knetemann encerrou o tema de forma direta e sem rodeios: "Achei mesmo horrível. Acho que muita coisa é permitida, mas achei que isto foi horrível. Ele pensa que pertence ao meio, mas não pertence de todo. Como é que se vai explicar isso a um rapaz como ele?"