Com a classificação geral ao rubro após três dias intensos de corrida, a camisola amarela de Max Schachmann era inevitavelmente o principal alvo à partida da quarta etapa da Volta ao País Basco. O desfecho do dia trouxe uma subida implacável com rampas que chegaram aos 20% de inclinação — um terreno claramente desfavorável ao alemão da Soudal - Quick-Step, que acabou por ceder momentaneamente perante os principais favoritos.
Apesar de ter perdido contacto na fase mais dura da subida para Izua, Schachmann conseguiu recuperar terreno quando o desnível suavizou e voltou a integrar o grupo perseguidor. A exceção foi João Almeida, que assinou uma exibição brilhante ao cruzar a meta com uma vantagem de meio minuto, assumindo assim a liderança da classificação geral, a dois dias do fim da prova.
"Foi uma luta longa para a fuga se formar e demorou algum tempo a acontecer", contou Schachmann à CyclingPro Net após a etapa. "Quando finalmente se estabeleceu, todos já estavam mortos porque o ritmo inicial tinha sido demasiado elevado".
Na análise ao momento-chave do dia, o alemão admitiu que traçou uma estratégia realista para a subida decisiva:
"Sabia que a última subida [Izua] não jogava a meu favor, mas tinha um plano. Sabia que se a fizesse ao meu ritmo e perdesse pouco tempo no topo, ainda podia fechar o espaço na descida. E foi exatamente o que tentei fazer. Mas o João esteve incrível e merece completamente vestir a camisola de líder hoje".
Schachmann terminou a etapa em terceiro lugar, atrás do vencedor João Almeida e do jovem Isaac del Toro, ambos da UAE Team Emirates - XRG. A perda da liderança traduz-se agora numa desvantagem de 30 segundos para o novo comandante da geral.
"Sprintar para o terceiro lugar foi o melhor que consegui e estou satisfeito com o resultado global. Como já referi, foi uma subida duríssima e, no final, as leis da física simplesmente não estavam do meu lado", concluiu Schachmann, com um sorriso resignado.