Tom Danielson considera que Tadej Pogacar poupa mais energia do que os seus rivais: "Pareceu muito relaxado e calmo"

Ciclismo
segunda-feira, 07 julho 2025 a 9:12
pogacar
Na segunda etapa da Volta a França de 2025, muitos esperavam ver Tadej Pogacar lançar o seu habitual fogo de artifício nas rampas finais. O campeão do mundo não desiludiu em termos de desempenho, terminou em 2.º lugar, apenas superado por Mathieu van der Poel, mas surpreendeu pela forma como correu: sereno, paciente, quase discreto. A ausência de ataques fulgurantes, aliada a uma colocação sempre controlada, deu a sensação de um Pogacar mais cerebral, mais estratégico.
A avaliar pelo olhar do ex-profissional norte-americano Tom Danielson, esta abordagem reflecte uma maturidade tática que pode ser decisiva mais adiante na corrida. “Tadej pareceu correr muito relaxado e calmo”, escreveu Danielson na rede social X. “Enquanto muitos esperavam que ele fosse agressivo na final, ele apenas correu na defensiva.”
Danielson destacou que o esloveno da UAE Team Emirates - XRG só apanhou vento nos derradeiros metros, quando saiu da roda para disputar a etapa com Van der Poel. “Nunca teve de gastar energia a corrigir erros”, sublinha. “Até deixou o Remco [Evenepoel] fechar o espaço para o Jonas [Vingegaard], em vez de reagir de imediato. Isso diz muito.”
Essa serenidade contrasta com a postura mais ofensiva de Jonas Vingegaard. O dinamarquês da Visma-Lease a Bike não escondeu a ambição e mobilizou a equipa de forma musculada na final, chegando mesmo a lançar-se num ataque. “Jonas, ao contrário de Tadej, correu de forma muito agressiva”, observa Danielson. “Embora essa abordagem possa ser vantajosa para evitar confusões num grupo numeroso, também implica um gasto considerável de energia.”
O norte-americano aponta ainda que esse desgaste pode ter implicações futuras. “Com o contrarrelógio a aproximar-se, cada watt conta. Jonas parece muito forte, é verdade, até ficou em 3.º, batendo Alaphilippe na última aceleração. Mas o esforço acumulado de hoje pode fazer a diferença numa subida decisiva.”
O contraste entre os dois candidatos ao Maillot Jaune não passa despercebido. Pogacar corre com uma compostura que parece calculada, como quem se guarda para as batalhas que realmente contam. Vingegaard, por sua vez, mostra-se com força, mas também com vontade de marcar território desde cedo, mesmo que isso implique pagar a factura mais adiante.
Com apenas dois dias de corrida, é cedo para tirar conclusões definitivas. Mas o xadrez psicológico entre os dois maiores favoritos já começou, e cada movimento, mesmo os que não parecem ataques, são peças colocadas com precisão no tabuleiro da Volta a França.
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